As obras de Maurício Cavalcanti nos remetem a paisagens siderais. Da aplicação de fibras acrílicas surgem formas-temas distintas, sem a intenção do desenho. O quadro aparece do branco absoluto, a pintura nasce antes de ser cor. Um Big Bang a se definir.
Os pincéis trabalham diferentes ocorrências. Nos espaços abertos promovem cromias de diferentes volumes que fundem-se como matéria gasosa, silenciosamente móveis. Ao encontrarem a trama, os veios e texturas ora são relutantes ora receptíveis à composição. Da somatória destes campos orbitam os conteúdos e possibilidades de leitura de sua obra.
As formas mapeiam geografias desconhecidas, paisagens oníricas; nebulosas e galáxias em expansão, por vezes ocultam a sugestão de rostos e formas. As figurações mostram-se dentro do que é essencialmente volátil, flutuante. As dimensões das obras enquadram um átimo desse espaço, dá finitude à constante e sugestiva expansão. Paradoxalmente, o pensamento do sem-fim incita novas buscas. Um novo quadro torna-se necessário para construir um universo.